3 mitos da corrida entre mulheres que ainda persistem (desmentidos!)

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Durante muito tempo, em eras antigas, a participação das mulheres na corrida foi vista com desconfiança, quando não com proibição explícita. 

Mesmo com o avanço da ciência, da medicina esportiva e da presença feminina nas pistas, certos mitos ainda resistem — seja por desinformação, seja por preconceitos que seguem enraizados na cultura esportiva.

A seguir, desvendamos três dos mitos mais persistentes sobre as mulheres na corrida e por que eles não fazem sentido.

1. Correr prejudica a fertilidade feminina

Um dos mitos mais antigos sobre o esporte feminino é o de que a corrida poderia comprometer a fertilidade da mulher. Essa crença remonta ao final do século XIX e início do século XX, quando a medicina ainda era profundamente influenciada por estereótipos de gênero. A ideia era que o esforço físico intenso, como o exigido em provas de corrida, poderia “danificar” o útero ou afetar de maneira irreversível o ciclo menstrual e a capacidade de engravidar.

Essa concepção ultrapassada influenciou a exclusão de mulheres de competições e também o modo como elas eram treinadas e avaliadas no esporte. Por muito tempo, a justificativa usada para impedir a participação feminina em eventos de resistência era justamente o suposto risco à sua “função reprodutiva”.

A verdade

A ciência atual, no entanto, mostra o oposto. O exercício físico regular, incluindo a corrida, é benéfico para o equilíbrio hormonal, a saúde óssea, cardiovascular e até reprodutiva da mulher. Praticada de forma adequada, a corrida melhora a circulação sanguínea, reduz o estresse, ajuda a regular o ciclo menstrual e contribui para a manutenção de um peso saudável — todos fatores que favorecem a fertilidade.

Problemas como amenorreia (a suspensão do ciclo menstrual) podem ocorrer, mas estão geralmente ligados ao excesso de treinos sem uma nutrição proporcional — algo que pode ser evitado com acompanhamento médico e orientação nutricional. Ou seja, o risco não está na corrida, mas no desequilíbrio entre esforço e recuperação. Culpar o esporte, portanto, é perpetuar uma visão limitada e desatualizada do corpo feminino.

2. Provas longas são perigosas para mulheres

Durante décadas, foi comum ouvir que mulheres não eram “fisiologicamente preparadas” para correr longas distâncias. Essa crença levou à exclusão das mulheres de diversas provas do atletismo — incluindo as mais simbólicas, como a maratona — com base no argumento de que o esforço extremo poderia causar desmaios, colapsos ou sequelas no organismo feminino.

Um episódio emblemático aconteceu nos Jogos Olímpicos de 1928, quando a prova de 800 metros, a mais longa autorizada para mulheres até então, gerou polêmica após boatos (mais tarde desmentidos) de que várias atletas haviam desmaiado de exaustão. A repercussão foi tamanha que a prova foi retirada do programa olímpico feminino por mais de 30 anos. Já a maratona só foi liberada para mulheres nos Jogos Olímpicos de 1984.

A exclusão sistemática das mulheres de provas longas não tinha base científica, mas sim cultural. A falta de participação feminina nessas distâncias gerava ausência de registros, o que servia como argumento para reforçar a ideia de que elas “não conseguiam”.

A verdade

Hoje, essa narrativa já caiu por terra. Mulheres correm maratonas e ultramaratonas com grande sucesso, quebram recordes, lideram rankings e competem em pé de igualdade com os homens em provas de resistência. Estudos recentes apontam, inclusive, que a resistência feminina pode ser superior em determinadas condições, principalmente em provas muito longas, como as ultramaratonas.

A exclusão histórica apenas impediu que as mulheres desenvolvessem e demonstrassem suas reais capacidades nessas distâncias. Ao serem incluídas, elas provaram que o limite nunca foi fisiológico — era cultural.

3. A maternidade encerra a carreira de uma corredora

A crença de que a gravidez marca o fim da vida esportiva de uma mulher ainda persiste, mesmo com inúmeros exemplos que mostram o contrário. Durante muito tempo, mulheres atletas eram desencorajadas a continuar correndo durante a gestação — ou mesmo a retornar após o parto. O discurso dominante era de que o corpo materno não suportaria os treinos ou que a maternidade seria incompatível com o alto rendimento.

Essa visão não apenas é limitada, como também desconsidera a complexidade da experiência feminina no esporte. A gravidez é um processo fisiológico natural, e embora demande adaptações e acompanhamento médico, não impede necessariamente a continuidade da prática esportiva. Cada mulher tem uma experiência diferente, e com os devidos cuidados, é possível seguir correndo — inclusive em alto nível.

A verdade

Nos últimos anos, aumentou a visibilidade de atletas que retornaram após a gestação e se mantiveram competitivas. Algumas venceram maratonas, bateram recordes e até participaram de Jogos Olímpicos com filhos pequenos. Essas histórias mostram que é possível conciliar a maternidade com a carreira esportiva — e que, longe de ser uma interrupção definitiva, o puerpério pode ser uma nova fase de motivação e superação.

É importante destacar que a volta ao esporte após a gravidez deve ser orientada por profissionais de saúde e respeitar o tempo de recuperação do corpo. Mas isso não significa que a mulher “perdeu o corpo de atleta” ou que não voltará a performar. A maternidade não representa o fim do sonho esportivo — e sim, muitas vezes, o início de uma nova etapa ainda mais potente.

Avançar é desconstruir

Esses mitos ainda resistem, muitas vezes disfarçados de “preocupação com a saúde” ou “limites biológicos”. Mas a realidade é que eles nascem de uma longa história de exclusão, controle e silenciamento do corpo feminino no esporte.

Combater essas ideias não é apenas uma questão de justiça — é uma forma de garantir que mais mulheres se sintam livres para correr, competir, desafiar seus próprios limites e ocupar plenamente o espaço que é delas por direito.

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